O uso das plantas medicinais pela cultura popular

O uso das plantas medicinais pela cultura popular

A utilização da fitoterapia, que significa o tratamento pelas plantas, acompanha o homem desde épocas remotas. Os registros mais antigos desse uso foram descobertos por estudos arqueológicos em ruínas do Irã. Registros encontrados na China, de 3000 a.C., compilavam as ervas e as suas indicações terapêuticas. No Brasil, a terapia alternativa com o uso de plantas foi construída a partir da troca de conhecimento entre índios, jesuítas e fazendeiros. Fortaleceu-se, assim, uma cultura popular de cura com o uso de plantas e seus aspectos medicinais que sobrevive de modo marginal até os dias de hoje.




[caption id="attachment_38928" align="aligncenter" width="540"]Plantas medicinais utilizadas pela cultura popular Plantas medicinais utilizadas pela cultura popular[/caption]

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Qual a diferença entre fitoterápico e planta medicinal?


As plantas medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição de uso como remédio numa população ou comunidade. Para usá-las, é preciso conhecer a planta e saber onde colhê-la e como prepará-la.  Normalmente, são utilizadas na forma de chás e infusões.


Quando a planta medicinal é industrializada para se obter um medicamento tem-se como resultado o fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações por micro-organismos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma mais adequada de ministrar o medicamento, permitindo maior segurança de uso.


Os fitoterápicos industrializados devem ser regularizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de serem comercializados. Também podem ser feitos em farmácias de manipulação autorizadas pela vigilância sanitária. Nesse caso, não precisam de registro sanitário, mas devem ser prescritos.



Como as plantas são aproveitadas pela fitoterapia?


A fitoterapia aproveita diversas partes das plantas, como raízes, cascas, folhas, frutos e sementes, de acordo com a erva em questão. Há também diferentes formas de preparação, sendo o chá a mais utilizada.


Veja a seguir alguns métodos de extrair os princípios terapêuticos das plantas:


Decocção – Nesse caso, a planta é fervida junto com a água potável por um tempo determinado (10 minutos). Esse método é indicado para partes da planta com consistência rígida, como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas (gengibre, açafrão etc.). A cocção deve ser feita em fogo baixo, em recipiente tampado. Depois, é só coar e beber. Dica: coar em coador de pano (para poder espremer).


Infusão – A erva é colocada num recipiente e adiciona-se água quente (60°C a 80°C) sobre ela, depois é tampar e esperar 10 minutos. Esse procedimento é indicado para partes mais delicadas da planta , como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis e aromáticas (camomila, lavanda etc.).


Maceração – Esse método é usado quando se deseja obter princípios ativos solúveis em toda a sua integridade. As plantas são colocadas num recipiente com água fria, álcool, vinagre (para evitar decomposição) ou outro líquido e deixadas a macerar à temperatura ambiente por horas, dias ou semanas. Depois desse tempo, basta coar.


A expressão “se é natural, não faz mal” tem estimulado o consumo de fitoterápicos e de plantas medicinais. Mas não é bem assim. É preciso ter cautela e sempre procurar um profissional habilitado a realizar a avaliação e prescrição. Isso porque o uso inadequado desses produtos, como qualquer outro medicamento, pode provocar reações adversas, como intoxicações, enjôos e irritações.

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