Sobremesas em camadas fáceis, rápidas e deliciosas

Sobremesas em camadas fáceis, rápidas e deliciosas

Quando bate aquela vontade de um doce, um jeito certeiro de aplacá-la é investir em sobremesas em camadas fáceis, rápidas e deliciosas. Pavê, charlotte, triffle e o tiramisù fazem parte dessa deliciosa família. A seguir, veja alguns detalhes sobre essas maravilhas.


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- Para entrar no clima, experimente essa receita de Charlotte de Chocolate, da chef Paula Rizkallah


Charlotte

 

Pavê brasileiro


O nome pavê tem origem na palavra francesa pavage, que significa pavimento, e remete à forma como é montada a sobremesa: em camadas intercaladas de creme e massa, sejam bolos ou biscoitos.


No Brasil, é uma das sobremesas mais queridas, presença garantida num almoço mais incrementado de final de semana ou em festas de fim de ano. O preparo simples permite inúmeras combinações. Em geral, a base das camadas é feita com biscoito champanhe (também chamado de biscoito inglês), mas pode ser de bolo ou outros biscoitos doces, como o maisena ou Maria, umedecidos com caldas à base de leite, sucos, chocolate ou licores.


Toda a opulência dessa sobremesa está nos recheios. Como o brasileiro ama um doce bem doce, em geral, os cremes se intercalam aos biscoitos ou fatias de bolo estão carregados da doçura do leite condensado. Mas há também versões com cremes menos açucarados, na linha francesa, como o creme de confeiteiro.


As frutas são outra presença deliciosa na composição das camadas. Pêssego em calda é um clássico. Faz igual sucesso o morango, em receitas como a das irmãs Manuela & Helena Tricca Durães, que está na seleção da Mesa Pavês & Charlottes. A chef Lu Neves, líder desta Mesa, apresenta versões com banana, abacaxi, maçã e limão, além de sabores como nozes, café e paçoca.


Pavê de Morango

Para finalizar essa gostosura, sempre tem uma cobertura irresistível, como ganaches, merengues e chantillys, que pode até ser saborizado como o Chantilly de Limão, receita da chef Paula Rizkallah, que também foi selecionada para a Mesa.


Chantilly de Limão

Charlotte


A origem dessa delícia é incerta, mas uma das versões mais aceitas é a de que foi criada pelo chef francês Antonin Carême (1783-1833), conhecido como “rei dos cozinheiros e cozinheiro dos reis”. O preparo tem um “molde” formado por biscoito inglês (lady fingers) ou champanhe, disposto em forma de círculo, que lembra uma coroa. No centro, monta-se o recheio, usualmente com o creme diplomata, que é derivado do crème pâtissière (ou creme de confeiteiro), só que leva gelatina e creme batido, para que fique firme e não desmonte depois de desenformado.


Carême criou a receita no início do século 19 e teria batizado o doce como charlotte parisiense. Mas a sobremesa foi rebatizada depois de um banquete em homenagem ao czar Alexandre I, transformando-se em Charlotte russa.


A característica “coroa” de biscoitos também pode ser moldada com massa de bolo. Existiam, inclusive, formas antigas para esse fim: eram redondas, com um grande buraco no meio, semelhantes a uma coroa. Atualmente existem modelos no mercado como a de bolo charlotte, da Nordic Ware, que pode ser encontrada em lojas online como a Amazon (www.amazon.com.br) e a Barra Doce (www.barradoce.com.br).


Essa moldura pode ser preenchida por uma infinidade de recheios. O creme diplomata, mousses de chocolate ou de frutas, chantilly, frutas frescas (como morango, framboesa, banana, maçã etc.) e geleia podem compor as camadas entremeadas por discos de pão de ló.



Tiramisù


Outra opção imbatível na lista das sobremesas em camadas fáceis, rápidas e deliciosas, o tiramisù é um tipo de pavê de origem italiana (seu nome, em tradução livre, significa levanta-me). Tem como base biscoito champanhe umedecido com café. Sobre ela dispõe-se uma generosa camada do creme feito com queijo mascarpone, açúcar, ovos e, em algumas versões, vinho Marsala. Por cima, polvilha-se uma fina camada de chocolate em pó. O resultado é uma sobremesa irresistível, como mostra a receita do chef Cássio Prados, selecionada para a Mesa Pavês & Charlottes.

Tiramissù


 

Embora muitas regiões da Itália disputem a paternidade dessa delícia, a versão mais aceita é a de que ela teria nascido na cidade de Treviso, no Vêneto, no século 19.


E como surgiu? Aí também há divergências e muitas lendas. Uma delas diz que a combinação de ingredientes teria surgido num orfanato com o objetivo de dar mais energias às crianças ali internadas.


Outra vertente garante que o doce surgiu como homenagem ao duque da Toscana, chamado Cosimo II, que pertencia à poderosa família Médici. Para agradar pessoa de tão alta estirpe, a receita promoveu a junção dos ingredientes mais nobres disponíveis, ou seja, café e queijo mascarpone. A princípio, o resultado foi batizado como zuppa del duca (ou sopa do duque), passando a tiramisù somente mais tarde.


Já o site www.academiadeltiramisu.com credita a invenção do doce à dona de uma casa de prostituição. Sua intenção era oferecer aos clientes algo que restituísse suas forças depois da noitada para que voltassem para casa revigorados. Segundo o site, a veracidade dessa hipótese apoia-se na composição do tiramisù, que reúne ingredientes nutritivos e ricos em calorias. O artigo também ressalta o seu preparo simples: “não é necessário ser um chef estrelado para preparar esta sobremesa; qualquer pessoa pode fazê-la e sem ferramentas especiais”.


Histórias à parte, o bom mesmo é saborear essa delícia, aproveitando essa facilidade de preparo.



Triffle


Citada em livros de culinária ingleses desde o século 19, essa delícia era feita originariamente com uma base de bolo embebido em xerez ou outra bebida alcoólica, seguida de camadas de creme confeiteiro e frutas e finalizada com chantilly.


Nas versões para criança, pode entrar camadas de gelatina, e o xerez pode ser substituído por sucos. Há também quem troque o bolo por biscoito inglês.


Seguindo a tradição, essa sobremesa deve ser montada numa taça transparente, com pé, o que lhe confere um aspecto elegante. Mas você também pode fazer em copos, para porções individuais.



Bônus: Seria o mil-folhas um tipo de pavê?


Se levarmos em consideração o conceito (um doce montado em camadas), poderia, sim. Porém, com um grau bem maior de elaboração. Nesse caso, o foco está na massa. Trata-se da famosa massa folhada (daí vem o nome do doce), feita de farinha e uma quantidade generosa de manteiga, a receita intercala três camadas dessas placas crocantes com duas de creme, uma receita que nasceu também do ímpeto criativo de Antonin Carême.


 

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