Veja por que o arroz com feijão não pode faltar no seu prato

Veja por que o arroz com feijão não pode faltar no seu prato

Muitos podem torcer o nariz para a dobradinha arroz com feijão, e alguns encaram até com certa vergonha essa combinação tão brasileira. Mas o fato é que o arroz com feijão não pode faltar no seu prato. Isso porque “sem querer, querendo”,  ao colocar essa dupla na base de sua tradição alimentar, os brasileiros deram uma tacada de mestre.

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E qual foi essa tacada? A reunião de nutrientes poderosos presentes nesses dois alimentos básicos. Juntos, eles se complementam e entregam o que nosso organismo precisa.

Um nutriente básico para nosso corpo funcionar é a proteína. Ela é a matéria-prima para inúmeros processos, entre os quais a renovação celular, a fabricação de hormônios e a manutenção de um sistema imunológico forte e pronto para nos proteger.

A proteína é composta por aminoácidos, nutriente que o feijão contém de sobra. Ou melhor, ele contém quase todos, menos a metionina e a cisteína, que estão presentes no arroz. Este, por sua vez, não contém lisina, um dos aminoácidos encontrados no feijão. Bingo! Juntando os dois, obtemos todos os tipos desse nutriente tão importante para o bom funcionamento de nosso organismo.

Além de fazer superbem para o fígado, a metionina equilibra os níveis de colesterol no sangue. Já a lisina tem papel importante na formação de colágeno, absorção de cálcio, produção de hormônios e fortalecimento do sistema imunológico.

 

Cesta de benefícios


Mas existem ainda outros benefícios que explicam por que o arroz com feijão não pode faltar no seu prato. Cereal supernutritivo e rico em carboidrato, o arroz é excelente fonte de energia para o corpo e contém ainda vitaminas B1 e B2 e minerais, como fosfato, ferro e cálcio. Se for consumido na versão integral, o arroz contribui ainda com boa quantidade de fibras, que ajudam no funcionamento adequado do intestino e contribuem para a prevenção de doenças como diabetes e obesidade.

 

Vitaminas do complexo B também estão presentes no feijão, que contém ainda um bom número de minerais, como ferro, fósforo, magnésio e manganês. Ele ainda é rico em fibras e tem baixo teor de sódio e gordura.


Na medida certa


Em artigo para o Viver Bem, do portal Uol, a jornalista Lúcia Helena adverte: “Como em toda reação química, há uma medida certa. E ela, no caso, é assim: 2 colheres (sopa) de arroz para cada colher (sopa) de grãos de feijão. Se predomina o feijão no prato, não há metionina e cistina no arroz o suficiente para a química do casal ser perfeita. O caldo? Ele é riquíssimo em vitaminas e sais minerais, aproveite! Mas, nessa história de proteína, leve em conta os grãos principalmente e acertará na fórmula”.

A jornalista também aproveita para dar um chega para lá na crença de que arroz com feijão engorda. Se consumido com moderação, isso está fora de cogitação. E ela explica por que: “Estamos falando de um prato que, além de conter fibras, reforça a sensação de saciedade justamente pelo seu time completo de aminoácidos. Proteínas, você deve saber bem disso, saciam. E esse timaço de alto valor biológico, faz a glicose do carboidrato — carboidrato inclusive do próprio arroz com feijão — cair sem a menor pressa na circulação sanguínea, lentidão que é muito saudável”.

Variedade de escolha


Você viu que o arroz com feijão não pode faltar no seu prato por conta da combinação incrível de nutrientes. Mas essa dupla conquistou os brasileiros ainda pela praticidade. E, além da combinação do preparo básico, eles podem seduzir o paladar como ingrediente numa infinidade de receitas. Em nosso canal do YouTube, a chef Paula Rizkallah dá ótimas dicas de como preparar o arroz de diversas formas. As possibilidades são ampliadas principalmente devido aos diversos tipos existentes no mercado, tanto do cereal quanto da leguminosa. Confira:

https://www.youtube.com/watch?v=521msXDfE6Q

Principais tipos de arroz


Arroz agulhinha ou branco: Também conhecido como arroz polido, no processo de beneficiamento sua casca é removida. Com isso, ele perde nutrientes e fica mais fácil de cozinhar. O mercado classifica a qualidade desse produto por tipos, de acordo com a quantidade de grãos quebrados que possui. O tipo 1 é o melhor porque tem um índice menor de quebra.

Arroz parboilizado


O nome se deve ao método de beneficiamento: o grão é pré-cozido com a casca, que é removida posteriormente. Esse processo permite que ele absorva os nutrientes da casca. Com isso, você tem um produto mais nutritivo.

Arroz integral


Não passa pelo processo de beneficiamento tradicional do arroz branco e, com isso, preserva mais nutrientes e fibras. A cocção também é mais demorada.

Arroz cateto


Também conhecido como arroz japonês, é usado como base para os pratos da culinária nipônica. Seus grãos curtos, transparentes e curvos têm concentração elevada de amido. Por isso, ficam mais macios depois de cozidos. Pode ser encontrado na versão polida ou integral.

Arroz negro


Tem sabor marcante que lembra o de castanhas, é conhecido também como arroz-selvagem. Seus grãos escuros, longos e finos contêm mais proteínas, minerais e fibras se comparados aos do arroz integral. Requer um tempo maior de cocção.

Arroz vermelho


Acredita-se que ajuda a reduzir o colesterol. De coloração vermelha, é vendido com a casca, o que o torna rico em ferro, zinco e fibras.

Arroz basmati


Aromático e adocicado, esse tipo é usado principalmente em preparos indianos e tailandeses sem tempero, acompanhando pratos muito condimentados. Seus grãos longos absorvem bastante água, sem, no entanto, ficar grudentos.

Arroz para risoto



Esse prato típico italiano exige um arroz com maior quantidade de amido, o que lhe confere cremosidade. No mercado há três tipos mais usados. O arborio é o mais popular, tem grãos maiores e precisa ser cozido com cuidado especial para não ficar mole por fora e duro por dentro. O carnaroli tem grão menor e cozinha mais rapidamente  - como libera bastante amido, é o ideal para receitas mais cremosas. A terceira variedade, o vialone nano é o menos encontrado no Brasil e ótimo para risotos mais delicados, de legumes ou frutos do mar.

Principais tipos de feijão


Carioca ou carioquinha


O mais popular e consumido no país, tem grãos bege com listras marrons e casca fina, o que proporciona um cozimento rápido e bom caldo.

Preto


É o ingrediente base da feijoada, também consumido em preparos comuns por moradores do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Produz um caldo preto ou marrom-escuro.

Branco


Como seu caldo não é muito rico, é mais usado em saladas, sopas ou ensopados, como a famosa dobradinha.

Fradinho


De cor marrom-clara é a base da massa do acarajé baiano. Também empresta seu sabor frutado a saladas e outros preparos.

Feijão-de-corda


Variação do fradinho que, como este, produz pouco caldo. Mais popular entre os moradores do Nordeste e de Minas Gerais.

Jalo


Seus grãos alongados e levemente adocicados produzem um caldo grosso e são ideais para preparo de pratos como o tutu e o feijão tropeiro. Uma de suas variações é o jalo-roxo, de grãos avermelhados e muito usado em sopas e saladas.

Rosinha


De grãos rosados, produz um caldo encorpado. Seu sabor é mais suave que o do carioca.

Azuqui


Muito usada na culinária japonesa para fazer sobremesas, essa variedade tem grãos pequenos e sabor adocicado.

Bolinha


Também conhecido como feijão-manteiga, seus grãos amarelados e arredondados vão bem em saladas e sopas.

Roxinho


O nome se deve a sua cor avermelhada. Consumido principalmente em São Paulo e Minas Gerais, apresenta textura macia e entrega caldo encorpado.

Mulatinho


Parecido com o carioca, mas sem as listras. Como este, produz bom caldo.

 

 
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